Boas intenções
«Depois da Lei de Godwin (que dita a probabilidade de uma comparação ao Nazismo à medida que uma discussão continua) e da lei da Internet do Sascha Lobo (que dita a probabilidade de, numa discussão sobre Web 2.0, alguém mencionar Obama), é também importante estabelecer que: à medida que uma discussão sobre política portuguesa avança, a probabilidade de uma citação de Eça aproxima-se de 1.»
Certo, certo, os meus dados experimentais também corroboram a lei de Rita. Contudo, no caso de a discussão ser alimentada por políticos profissionais com mais de oitenta jantares de concelhias no currículo, julgo que prevalece uma variante dessa lei, em que a citação de Eça é substituída pelo relato, por parte de um dos intervenientes, do momento em que este «sentiu na rua» uma coisa qualquer. É evidente que a degradação da vida política portuguesa passa também por esta estranha vontade de «sentir na rua» (quantas vezes suja e mal iluminada), quando toda a gente sabe que, no recato do lar, há muito melhores condições para a prática da modalidade.
Certo, certo, os meus dados experimentais também corroboram a lei de Rita. Contudo, no caso de a discussão ser alimentada por políticos profissionais com mais de oitenta jantares de concelhias no currículo, julgo que prevalece uma variante dessa lei, em que a citação de Eça é substituída pelo relato, por parte de um dos intervenientes, do momento em que este «sentiu na rua» uma coisa qualquer. É evidente que a degradação da vida política portuguesa passa também por esta estranha vontade de «sentir na rua» (quantas vezes suja e mal iluminada), quando toda a gente sabe que, no recato do lar, há muito melhores condições para a prática da modalidade.
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