Chamam a isso
Aprendi isto num livro da Agustina Bessa-Luís mas a frase é do Musil: «Há pessoas que negam os factos e chamam a isso pensar». Trata-se de um aforismo muito útil, podendo ser utilizado em diversos contextos e com qualquer estilo de roupa, embora seja inegável que um cachecol e uma poltrona conferem, neste e noutros casos, uma maior nobreza ao pensamento. A formulação inicial («há pessoas») tem ainda a vantagem de excluir quem profere a frase (e, com o tom certo, talvez também quem a ouve) do grupo de senhores e senhoras que o Musil pretende alfinetar. E, meus amigos, todos nós sabemos quem são essas pessoas (apesar de não serem as mesmas pessoas para todos nós).
2 Comments:
Este post lembra-me o dos totós. Ou toinos. Ou lá o que era.
Eu ia dizer que também há pessoas que constatam fatos e que nem por isso fica bem dizer que pensam. Mas vou apenas concordar dizendo que há outras pessoas que negam os fatos e não chamam a isso de Teorema da incompletude ou assim (e que essas nem sempre sabemos quem são). Não sei o que é pior.
Enviar um comentário
<< Home