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≡≡≡≡≡≡≡≡≡≡ 10.9.10

Foz

Para poder comentar a época 2010/2011 da minha equipa com um pouco mais de brilhantismo do que é costume, inspirei-me naquela escola de actores que defende que quem deseja interpretar devidamente um alcoólico crónico deve passar três imprescindíveis meses a conversar com copos de aguardente numa taberna ou, pelo menos, trabalhar alguns sábados numa linha telefónica SOS, conhecendo, «por dentro» (é muito importante não ir fumar lá para fora), uma lista impressionante de sentimentos concretos, prontos a ser convertidos em trejeitos e em movimentos de sobrancelhas que revelem autenticidade e sofrimento. Quem diz alcoólico, diz outro papel qualquer; não resvalem para comparações estapafúrdias por causa deste exemplo. O que interessa aqui é descer ao terreno, e foi o que eu fiz (estou sóbrio, só vejo um Roberto e quero dois). Assim, para servir os leitores com um genuíno entendimento das coisas como elas são - e não apenas folheando páginas de arquivo nos gabinetes onde Freitas Lobo pendura o chapéu - no final do mês de Agosto, visitei as praias e as esplanadas nas quais, há cerca de vinte anos, André Villas-Boas terá, provavelmente, passeado o seu primeiro par de calças Chevignon. Pode parecer-vos pouco para o trabalho que me espera, mas daqui ao infinito é um pulinho.

4 Comments:

Blogger Menina Limão said...

Hoje fui discriminada, num metro raptado por lampiões, por ir vestida de preto.

12 de setembro de 2010 às 00:32  
Anonymous Daniel said...

«Lampiões»? Mas que exemplar domínio do jargão.

12 de setembro de 2010 às 12:26  
Blogger Menina Limão said...

Eu fui do FCP até aos oito anos, por intimação dos meus amigos. Depois rebelei-me e passei a ser do Sporting, por intimação do meu pai. Terá sido aí que me comecei a vestir de preto. Hoje sou uma pessoa com dois amores que em nada são iguais. A sociedade rejeita-me.

12 de setembro de 2010 às 12:33  
Blogger Menina Limão said...

AHAH Quero morrer. Só ontem, em conversa com o meu irmão, é que percebi que trocara «lampiões» por «tripeiros». Atenção, este é um lapso imperdoável. Mas um lapso. :) Não sei como foi possível não me ter apercebido disso nem à segunda nem à terceira (continuo a querer morrer). Tens de acreditar que eu, portuense e cidadã do mundo, sabia perfeitamente que os tripeiros eram os portistas e os lampiões os benfiquistas, está bem? Senão parto-te os dentes.

19 de setembro de 2010 às 18:46  

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