Afrikaans
Em africânder, Helder Reis significa Viagem Clara. Parece mentira mas trata-se da mais pura e bizarra das verdades. O que mais me espanta não é tanto o improvável tom poético que os Hélder Reis desta terra transportam disfarçadamente no seu nome (Viagem Clara poderia ser, aliás, o título de um livro de Eugénio de Andrade ou de um programa on the road de Paula Moura Pinheiro), mas que Fernando Pessoa, tendo passado uma parte significativa da infância e adolescência na África do Sul, e a vida quase toda a desmultiplicar-se em heterónimos, não se tenha lembrado de escrever um único verso assinado por Hélder Reis. Parece-me que há aqui um filão de possibilidades por explorar. Fosse este blogue O Ouriquense e julgo que estariam reunidas todas as condições para o arranque de uma série de grande sucesso intitulada: «Hélder Reis, o heterónimo perdido de Fernando Pessoa». Não sendo, não estão.
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