Vidas Boas
A primeira conclusão a tirar desta última época de glória da equipa de futebol do Porto, tendo resultado do trabalho e divertimento de um treinador jovem, quase inexperiente, sem distância emocional ao clube, nem passado como jogador profissional de alto nível, é que uma das minhas mais antigas e repetidas teorias sobre o jogo sai agora reforçada: eu é que seria um óptimo treinador do Porto. Depois do que se passou em 2010/2011, vai ser muito difícil convencerem-me do contrário e, portanto, escusam de tentar. As pessoas que tantas vezes me disseram: «Daniel, tu és demasiado novo, quase inexperiente, não tens distância emocional ao clube, nem passado como jogador profissional de alto nível», vão ter de esconder na areia esses argumentos, pagar-me dez francezinhas com batata, comprar-me lenha para o inverno e rezar uma centena de ave-marias em castelhano da Colômbia, para que eu, um dia, em 2035, se estiver bom tempo e eu para aí virado, lhes venha a perdoar a prova de desconfiança. Além do mais, a dividir por todos numa vaquinha, em meados da década de 90, o condomínio do prédio de Bobby Robson, na Foz, não teria ficado nada caro, e juro que também eu teria enviado o Tomás Costa para a América latina à primeira oportunidade. Estas coisas magoam.
Em todo o caso, não vá alguém acusar-me de ingratidão e falta de chá, gostava de dar os parabéns a André Villas-Boas, o meu futuro antecessor.
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