Carácter (4)
Sentia-se infeliz, ultrajada... Reconhecia uma certa verdade no que acabava de ouvir. Mas como podia alguém ser tão injusto para com ela? "Serei eu tão má?" - pensou. E olhou-se a um espelho que estava entre duas janelas. O espelho reflectiu um rosto encantador, um pouco excitado, com um rubor que vinha e se sumia, mas apesar de tudo um rosto fascinante, uns olhos maravilhosos, meigos, aveludados... "Eu? Eu má?", pensou ela de novo. "Com estes olhos?"
- Capítulo XXVI de "Solo Virgem", de Ivan Turguénev (traduzido por Manuel de Seabra).
- Capítulo XXVI de "Solo Virgem", de Ivan Turguénev (traduzido por Manuel de Seabra).
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