Fantasmas
Em 1983, dois homens adultos (estes tipos), que a mais de cem metros das suas residências quase ninguém conhece, inventaram a música e letra da canção Like a Virgin (incluindo aquele "ooh!" em falsete) e ofereceram-na (é uma forma de dizer) a uma cantora jovem e fresca, embora, na altura, ainda sem notoriedade que lhe permitisse encher o Pavilhão do Sangalhos numa sexta-feira à noite. Não querendo apagar as qualidades transgressoras da Madonna dos primeiros tempos, parece-me inegável que ela, sozinha, teria sido incapaz de transformar a sua irreverência sexual num refrão suficientemente forte para conquistar a simpatia deste mundo cruel e, mais tarde, um lugar na colectânea Jackpot. Digam o que disserem, há nestas transfusões criativas um pouco de beleza. E Billy Steinberg e Tom Kelly são apenas dois dos generosos fantasmas que atravessam as boas músicas más a que ninguém sabe resistir ou escapar. Agora, em pleno séc. XXI, a máquina na sombra carbura assim.
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