Esplanada
É bem sabido que os constrangimentos sociais diminuem à medida que a idade das pessoas avança, mas poucas vezes podemos confirmar esta espectacular e reconfortante tendência pelo preço de um café. Hoje, numa esplanada, enquanto uma velhinha patusca usava um pente para compor os fios de cabelo do seu marido, como se ali estivessem sozinhos, uma jovem rapariga confidenciava - a um amigo ou ao seu namorado - que não gostaria nada de passar as férias com o pai num lugar paradisíaco (ela usou esta linguagem de agência de viagens, o destino pode muito bem ser Cancún), porque receava que os outros a tomassem por amante dele. No mundo ideal, quando a rapariga se levantasse para pagar a conta e ir embora, a velhinha patusca esticaria ligeiramente a perna, apenas o suficiente para que a rapariga tropeçasse nela e viajasse, despenteada e muito consciente, até ao chão ou mais fundo.
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