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≡≡≡≡≡≡≡≡≡≡ 29.7.10


≡≡≡≡≡≡≡≡≡≡ 22.7.10

Bzzz

É uma pequena tragédia que o primeiro mundial em África fique associado a um batalhão de cornetas de plástico, quando teria sido tão fácil resgatar um pouco da abundante riqueza rítmica e harmónica de um continente que sabe dançar, e transportá-la para as bancadas dos estádios, para as praças onde os adeptos e o telemóvel de Larissa vibravam.

≡≡≡≡≡≡≡≡≡≡ 19.7.10

Caixa de Música João Loureiro

≡≡≡≡≡≡≡≡≡≡ 16.7.10

Mundialternador

1. A minha irmã tem razão: Magaliesburgo é nome de cidade de livro de banda desenhada. Foi uma boa medida da Federação Portuguesa de Futebol, instalar a equipa por lá. «Saltilho» possui uma sonoridade que remete para uma atmosfera algo mafiosa, mas «Magaliesburgo» faria com que uma possível revolta dos jogadores se assemelhasse, irremediavelmente, a uma birra da Turma da Mónica.

2. Não é verdade que a Itália tenha sido uma grande desilusão. Fazendo fé nos resumos televisivos, terá sido apenas por uma unha negra - julgo que uma unha de Quagliarella (mais banda desenhada) - que a Itália não conseguiu atingir o seu principal objectivo de sempre: ultrapassar a fase de grupos sem vencer nenhuma partida.

3. Por muito que vos custe (a mim não me custa nada): o Sérgio Ramos é melhor jogador do que o Maicon, apesar do Maicon ser melhor jogador do que o Sérgio Ramos. Maicon é um lateral quase perfeito mas vive num corredor (apertado ou largo, conforme as circunstâncias). Sérgio Ramos tem na cabeça o campo todo e isso multiplica as possibilidades de jogo de uma equipa, confere-lhe uma rede de itinerários complementares que nem nos melhores sonhos de Ferreira do Amaral.

4. Quem já jogou futebol sabe que a presença de um tosco, um meio-tosco, um três-quartos de tosco, é capaz de emperrar qualquer engrenagem de grandes talentos. A Espanha pode jogar como joga (e joga bem) porque possui jogadores inteligentes, imaginativos, com técnica e sem nenhum compromisso familiar que os apresse, em todas as posições do campo e mais algumas. Por exemplo, no banco: Fabregas, Torres e Silva. Talvez até Del Bosque.

5. Olhando para as últimas grandes competições internacionais de futebol entre selecções (Mundial 2006, Euro 2008, Vuvuzelas 2010), quem foi o melhor jogador de todos? Sem dúvida: Scheweinsteiger, um trombudo que, se deus existir e tiver sport tv, não há-de jogar a vida toda no Bayern de Munique. O Mourinho, estivesse ele curado do «Síndroma Marco Ferreira» que lhe provoca quaresmite aguda durante o verão, poderia tê-lo levado para o Barnabéu pela módica quantia de 1.2 Di Marias, mais coisa menos coisa.

6. Lamento desiludir os fãs, mas o Robben consegue fazer exactamente três jogadas diferentes. Todas muito bem, mas não mais do que três (e uma delas é cair na relva, lesionado).

7. Secretário chegou a jogar no Real Madrid e Fucile quase que foi campeão do mundo. Que nos sirva de lição para a vida.

≡≡≡≡≡≡≡≡≡≡ 14.7.10

@daniel

≡≡≡≡≡≡≡≡≡≡ 13.7.10

Intercidades

Depois de ter explorado, durante dois ou três minutos, a ambiguidade semântica da frase «a tua professora de português é boa?», o rapaz, algo eufórico, encontra finalmente a confiança e o momento certo para tentar doutrinar os seus amigos, e quem mais não o quisesse ouvir, com elementos de crítica literária pura e dura: «ó meu, o Cesário é um gajo tipo aquele gajo dos Maias, só que em poema». E assim foi possível confirmar o que já suspeitávamos: a crítica literária quando nasce, nasce para todos.

≡≡≡≡≡≡≡≡≡≡ 9.7.10

≡≡≡≡≡≡≡≡≡≡ 8.7.10

Low

«Joachim Low, técnico da Alemanha, tem o cabelo e a cara de quem estaria melhor numa mesa de café em Paris, discutindo filosofia. Dava para imaginá-lo, ontem, bebendo vinho e discorrendo sobre o Ser e o Nada. Com ênfase no Nada.» - Luís Fernando Veríssimo, jornal O Jogo.

≡≡≡≡≡≡≡≡≡≡ 4.7.10

milímetro

≡≡≡≡≡≡≡≡≡≡ 2.7.10

Eduardo van der Sar

Ainda está para acontecer um mundial de futebol em que ninguém se queixe da bola. Mas se eu fosse guarda-redes e tivesse um país inteiro a olhar para as minhas mãos, durante o horário laboral ou à hora das refeições, também procuraria alertar para o carácter infiel da Jabulani, essa ingrata. Nada disto surpreende e, com boa vontade, até não é difícil aceitar que os jogadores tratem mal a bola, usando algumas das palavras disponíveis para o efeito, desde que depois a apertem com segurança, se estiverem na baliza, ou a amem profundamente, ao mesmo tempo que lhe dão com os pés, como era o caso destas pessoas.